quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Por que nos sentimos tristes?

Se você avaliar bem, concluirá que em 90% dos casos nos sentimos tristes sem o menor senso lógico, mas como para os seres humanos o lógico não existe, na maioria das vezes, nos tornamos tristes absolutamente sem razão.
Não quero dizer aqui que a tristeza não se justifica em todas as situações. É perfeitamente natural se sentir triste com a perda de um ente querido ou porque você soube que está com uma doença incurável, mas mesmo em situações extremas como estas, você deve passar pelo período de luto e levantar a cabeça para seguir em frente.
Pense em uma situação extrema, por exemplo, você acaba de saber que está com uma doença incurável e que tem apenas 6 meses de vida . O que faria? Perder o controle emocional, se desesperar, chorar, ficar muito triste é o mínimo que poderia acontecer, mas passada a fase do impacto é importante pensar no que fazer no que te resta de tempo de vida e reagir. É claro que não será simples. Alguns pensarão em desfrutar do tempo que resta, outros pensarão em se preparar para um futuro difícil que enfrentarão, alguns no que deixarão quando partirem, e muitos cairão em depressão profunda, desperdiçando o escasso tempo de vida restante.
Obviamente, que nenhuma pessoa será capaz de desfrutar do tempo que resta e não se lembrar nenhuma vez que está com uma doença letal e que esta vivendo uma contagem regressiva, por outro lado, se fechar em um túmulo antes da morte me parece no mínimo um desperdício. Desta forma, devemos buscar a paz, o equilíbrio, mesmo em situações extremas como esta que acabo de narrar.
Creio que você já viu no cinema mais de uma vez todos estes tipos de histórias, mas estas são situações extremas e como tal acontecem para um grupo muito pequeno de pessoas. Por outro lado, a grande maioria das pessoas mesmo sem enfrentar situações extremas também se sentem tristes e caem em profunda depressão.
Ficamos tristes com pequenas atitudes negativas de nossos colegas de trabalho, amigos, pais, filhos, namorados e esposos, quando batemos o carro, quando não passamos no vestibular, quando não recebemos um aumento de salário, ou seja, por milhares de fatores, em geral, criados por nós mesmos. Até mesmo se em uma viagem de uma semana de férias no Caribe chove a semana inteira pode nos arrasar. Não te parece razoável tentar tirar o que a situação te permite de bom? Entre uma semana de férias com chuva em uma ilha paradisíaca e uma semana de chuva e tendo que ir trabalhar todos os dias, qual você prefere?
Obviamente você não pensa nesta hipótese quando está na ilha paradisíaca, afinal de contas você está de férias e isto somente acontece uma vez por ano, mas sabe por que as pessoas não pensam assim? Simplesmente porque saíram de férias, mas não entraram no clima.
Para não sofrer com as pequenas coisas ruins ou não muito boas, devemos sobrepor outras pequenas coisas boas, o fato de chover durante as férias tem que ser sobreposto pelo fato que você está de férias e, portanto está ali para se divertir, com sol, chuva ou neve. São muitas as possibilidades em uma ilha do Caribe, você deverá apenas identificar uma delas e aproveitá-la.
Outro fator que leva muitas pessoas a se sentirem tristes são as relações interpessoais em ambientes de trabalho. Não raro ouvimos que fulano fez algo a sicrano que por sua vez devolverá o troco, ou que alguém está te prejudicando porque quer o seu lugar, enfim coisas que estão sob o absoluto controle dos envolvidos.
Desde os primórdios da civilização existe a competição entre as pessoas, mesmo entre os membros da mesma família. Veja o que aconteceu com o império romano ou as histórias bíblicas, onde irmãos mataram irmãos e os próprios pais. Portanto, não é de se espantar que uma pessoa queira ocupar o lugar que é de outra, quer seja no trabalho ou na vida afetiva.
Mas para viver em sociedade é fundamental que estejamos preparados para reagir de maneira inteligente em situações similares. Falar e agir com consistência e transparência ajuda muito a evitar conflitos, que uma vez caracterizado deve ser rapidamente neutralizado. Uma boa maneira de fazer isto é focar no objeto do conflito, deixando de fora as pessoas, certamente fica mais fácil de chegar a uma solução. Acredite, em geral, as soluções de conflito se caracterizam porque ambos os lados, querem mostrar a mesma coisa, ou seja, ambos brigam para ter razão.
Além disso, os seres humanos sofrem de outro terrível mal, que é o da ambição desenfreada. Não digo que a ambição não seja importante, mas ao atingir o que se ambiciona uma pessoa possa tomar algum tempo para desfrutar do que conseguiu. Por exemplo, uma pessoa que ambiciona um carro novo, ao conseguir comprá-lo deveria desfrutá-lo, mas muita gente, nesta situação, começa a pensar qual será o próximo modelo que comprará. E assim se passa com muitas outras coisas materiais, que vão desde aquele sapato sonhado até o apartamento novo comprado.
Parece que somos mesmo insatisfeitos por natureza, mas há que se trabalhar para que a insatisfação não se transforme em doença, de maneira a que você sempre esteja buscando algo melhor do que já tem. É necessário curtir as conquistas e saborear o esforço porque esta é a única maneira de saber se valeu à pena. Se pensar assim, chegará à conclusão que não necessita de tanto como imaginava para ser feliz.
Finalizando, não podemos e não devemos nos sentir tristes por muito tempo para não cair em depressão que é o grande mal da humanidade, visto que desencadeia um sem numero de outros problemas de saúde, que vão desde a dependência química, obesidade e seus derivados e síndromes diversas. As crises depressivas têm levado muito gente a atitudes extremas que vão desde o suicídio a incapacidade para o trabalho. Como ninguém é perfeito é fundamental ter consciência de seus limites e buscar usar a sua inteligência emocional de forma a evitar ficar triste por coisas pequenas e sem importância.

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